Não é difícil encontrar um sedentário, infelizmente. Certamente tem alguém próximo a você que é.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% das pessoas no planeta não se exercitam o minimamente necessário. A cada ano, 5 milhões de mortes são atribuídas a doenças diretamente relacionadas à falta de atividade física. É uma epidemia silenciosa, mas crescente.
Bastaria que as pessoas praticassem 45 minutos de exercícios por dia para que se evitassem milhares de mortes precoces por doenças cardíacas, diabetes tipo 2, obesidade, osteoporose, certos cânceres, derrames cerebrais, etc. Porém, embora a solução seja simples, ainda parece haver poucas pessoas dispostas a sair do sofá.
Muitas vezes as pessoas desistem de começar na academia porque associam treino com dor ou porque acham que se exercitar na academia é apenas algo para efeito estético.
A grande questão é que nosso corpo precisa de movimento para permanecer em equilíbrio. Nossa genética foi moldada à base de esforço físico e não mudou por causa da tecnologia - e nem vai mudar nos próximos milhares de anos. Caminhar, correr, fazer força não é algo novo para o ser humano, e sim o que sempre ocorreu. Novo é a vida de comodidades atual, e para a qual nosso corpo não está preparado.
Por isso é tão urgente mudar.
Porém, se você já se exercita e tentou convencer algum familiar ou amigo a começar a fazer atividade física sabe que é tarefa difícil.
Se ainda não ouviu, vai ouvir algo como:
- Meu treino é de levantamento de garfo.
- Você é viciado (a) em academia, e quer me arrastar junto?
- Meu corpo não vai mudar porque estou acima do peso pela genética.
- O que você está tomando para emagrecer (ou ficar forte)? Quero também.
- Fiz meus exames e "só" estou com pré-diabetes, está tudo tranquilo.
- Eu odeio academia.
- Na academia só tem maromba, vai todo mundo olhar pra mim.
- Já tentei começar academia, mas não gostei. Não é pra minha genética.
Se você ama, e se importa com a pessoa, não se ofenda e entenda que faz parte essa resistência.
A atividade física é um elixir da vida, o problema é que ao longo do tempo nós não ensinamos isso às pessoas. Normalmente, nós falamos sobre o assunto como se exercício fosse uma pílula amarga a ser tomada ou uma punição pelos números ruins na balança.
Mas, então, o que você, que entende que a atividade física poderia beneficiar muito essa pessoa que você ama, pode de fato fazer? Listamos 4 dicas simples e uma recomendação crucial para você sucesso nessa empreitada.
1. Dê o exemplo. Dar o exemplo é fundamental para influenciar alguém a sair do sedentarismo. Pais que não se exercitam e cobram dos filhos têm menos chances de ver mudanças. Isso vale também para filha que tenta convencer a mãe a qualquer custo a entrar numa aula de pilates.
2. Convide para uma atividade especial. Fazer atividades juntos é uma alternativa que fortalece as relações e incentiva o familiar. Convide para uma atividade especial, fale disso de forma leve, sem pressões e vá aos poucos.
3. Fale sobre o quanto você se sente bem e quer o mesmo para a pessoa. Alguém que nunca se exercitou talvez não tenha ideia de como é prazeroso manter uma rotina ativa. Talvez a pessoa só pense que dói e que cansa, o que deve-se ir para a academia apenas para emagrecer, ganhar músculos, etc. Fale sobre os benefícios imediatos de se sentir mais feliz.
4. Atividade física não é só em academia. É claro que a academia é um local especializado, com profissionais, equipamentos, etc, pensados para a segurança, conforto e motivação, que facilitam a adesão ao hábito de se exercitar. Mas não é o único lugar. Caminhar em um parque, pedalar na rua, jogar bola em uma quadra aberta... qualquer movimento conta!
Cuidado com chantagem e pressão
Incentivar alguém a se exercitar envolvendo chantagens ou barganhas é uma cilada. O incentivo precisa ter como objetivo a mudança no estilo de vida, mas também reforçar vínculos e afetos. Se o que você tem feito para tirar quem ama do sedentarismo só está servindo para afastar a pessoa de você, é melhor tentar outra estratégia.
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