O efeito sanfona, também conhecido como efeito ioiô, é o ciclo em que uma pessoa tem dificuldades em manter o peso após um período de emagrecimento. 

Normalmente, o efeito sanfona ocorre porque a pessoa opta por um novo estilo de vida muito diferente do que tinha antes, sem planejamento para sustentar esse novo padrão a longo prazo.

Isso é muito comum, por exemplo, em dietas muito restritivas, que prometem, e até cumprem, a perda de peso com muita rapidez. O problema é que, quando há uma transformação muito radical na alimentação, como a retirada de todos os carboidratos das refeições, acontecem basicamente duas situações.

1: o corpo não entende o que está acontecendo e aciona mecanismos de defesa, criando um estado constante de alerta. É como se o organismo dissesse “está faltando comida, precisamos fazer algo”, e aí começa uma verdadeira bagunça no metabolismo. O resultado? Armazenamento de mais gordura, garantindo o funcionamento das funções vitais e da produção de hormônios, e redução da massa muscular, tornando o metabolismo mais lento.

2: a privação de certos grupos de alimentos torna-se insustentável após algum tempo e, na retomada do consumo, há compulsão. Ainda utilizando os carboidratos como exemplo, passa a ficar cada vez mais difícil prosseguir em uma dieta que não permite o consumo de pães, arroz, massas e alguns tipos de legumes. Por conta do tempo de restrição, quando a pessoa volts a consumir estes itens come até mais do que antes.
 

A taxa real de sucesso a longo prazo das dietas é desanimadora. Estudos mostram que apenas 1 em 5 pessoas conseguem manter o peso reduzido a longo prazo. Isso significa que 80% das pessoas não conseguem atingir seus objetivos de saúde. 

Mas será que é simplesmente um caso de falta de disciplina? Não!

Muitas pessoas estão cometendo esses erros por não ter orientação e educação adequadas, e é provável que mais pessoas também terminem sua jornada de transformação corporal frustradas.

Portanto, continue a leitura deste artigo. Vamos dar uma olhada nas razões mais comuns pelas quais as dietas falham, os riscos para a saúde, e explorar estratégias para ajudar você a ultrapassar essas barreiras e chegar mais perto de se tornar uma pessoa mais feliz e saudável. 

Qual o perigo do efeito sanfona para a saúde?

O efeito sanfona pode ser mais perigoso do que se imagina. Os efeitos estéticos, como flacidez, estrias e perda de massa muscular são apenas algumas das consequências.

Segundo pesquisa publicada no New England Journal of Medicine, o processo de engordar e emagrecer eleva a possibilidade de problemas cardiovasculares e morte precoce.

A pesquisa comprovou ainda que existe uma relação direta entre a variação recorrente de peso e o desenvolvimento de problemas como o diabetes e colesterol alto. 

Outro levantamento, liderado por pesquisadores do Centro Fred Hutchinson, também nos Estados Unidos, demonstrou que engordar e emagrecer repetidas vezes pode afetar o sistema imunológico.

Por que as pessoas voltam a engordar até mais quilos que antes?

Por que nosso corpo é projetado para funcionar perfeitamente. É uma reação adequada do nosso organismo para casos de escassez de comida que vem dos tempos dos homens das cavernas.

Depois de algum tempo de dietas com grandes privações, vem o desejo de comer em excesso como uma resposta do organismo em estado de alerta que precisa armazenar calorias para se proteger do baque sofrido. Como, no emagrecimento radical, também houve perda de massa magra, agora o metabolismo está mais lento para garantir a absorção necessária de energia que os órgãos precisam para continuar trabalhando.

Com o metabolismo mais lento, e calorias voltando a ser ingeridas em excesso, rapidamente mais gordura é convertida e armazenada no corpo.

Os 3 erros mais comuns de quem sofre com efeito sanfona


Erro 1. Ter metas irreais

Se perguntarmos a alguém que está fazendo dieta pela primeira vez quais são seus objetivos é normal ouvir que a pessoa quer perder 20 a 30 quilos ou 'ficar bem em um biquini' em 30 dias. Definir esses tipos de metas é um erro comum. A maioria das pessoas normalmente não tem expectativas razoáveis ​​sobre quanto tempo levará para fazer mudanças substanciais. Ao definir metas irrealistas e vagas, o fracasso é o mais comum. 

Idealmente, saúde e bem-estar são uma jornada, não um destino. A busca por uma mente e um corpo mais saudáveis ​​é algo que nunca termina e deve simplesmente se tornar um estilo de vida. Imaginar que uma transformação radical aconteça da noite para o dia é irreal. 

Para garantir o sucesso, o primeiro passo é entender o estado atual em termos de composição corporal, e planejar como deseja que a composição corporal esteja no futuro. É aí que a compreensão da sua composição corporal  através do exame de bioimpedância é útil.

Depois de entender a quantidade de massa corporal magra e massa gorda do corpo, a próxima etapa será definir dieta e treino a partir de uma realidade individual.
 

O que é medido pode ser gerenciado. Objetivos vagos são a ruína de qualquer plano de treinamento bem-sucedido. Quanto mais bem definido for o seu objetivo mais fácil será a jornada.

Erro 2. Ter a expectativa de perfeição

Não há nada de errado em sonhar alto quando se trata de dieta e exercícios. Todos devemos nos esforçar para ser a versão mais forte e saudável de nós mesmos. No entanto, imaginar algo para o seu futuro e esperá-lo virtualmente da noite para o dia não é uma receita para o sucesso.

Muitas vezes as pessoas aspiram a alguma expectativa idealizada de perfeição e, por isso, estabelecem metas irrealistas, como perder 20 quilos em 2 meses. Isto é um erro.

Por natureza, as dietas tendem a ser restritivas. Na verdade, a maioria das dietas é projetada com a intenção de planejar cada uma das refeições. A ideia é que, ao eliminar a necessidade de pensar sobre como será sua próxima refeição, haverá mais chances de fazer a escolha certa e manter a dieta.

Isso funciona perfeitamente bem no papel. Mas, no mundo real, é difícil ser perfeitamente consistente. A realidade é que erros serão cometidos, e tudo bem. Seu aniversário está chegando. Vovó ficará ofendida se você não comer seu famoso bolo de chocolate. Ou você está preso em um evento que carece de opções de alimentos saudáveis. Essas são apenas algumas situações para as quais as dietas não foram projetadas.

O problema aqui é cair na armadilha de dizer “bem, já estraguei o almoço. Vou fazer de hoje um dia de trapaça e começar de novo amanhã. ”

Infelizmente, um dia de trapaça pode rapidamente se transformar em uma semana de trapaça e, lenta mas seguramente, as pessoas estão completamente fora do caminho. Pense nisso como o 'Efeito de Resolução de Ano Novo'. Tentar assumir uma mudança muito, muito radical é difícil o suficiente, mas esperar que tudo corra perfeitamente de acordo com o planejado pode ser uma receita para o fracasso.

Essa expectativa de perfeição é mais do que irreal. Tem o potencial de prejudicar a jornada de saúde de uma pessoa comum e, pior, fazê-la pensar que é incapaz de fazer uma dieta adequada.

Então, como evitar essa armadilha da dieta? Simples: não esperar perfeição.
 

Para deixar claro: para que a dieta bem-sucedida, siga um roteiro da melhor maneira possível. Mas um dia ocasional de trapaça não desfaz semanas ou meses de treinamento e dieta . Você precisa estar disposto a se perdoar por quaisquer erros que cometer ao longo do caminho. Lembre-se de que a moderação é a chave aqui. Um dia de trapaça uma vez por mês é uma coisa, mas um fim de semana de trapaça pode ficar fora de controle rapidamente. Quando esse dia de trapaça terminar, você precisa estar pronto para enfrentar o amanhã com a mesma intensidade de antes.

Erro 3. Ter abordagem desequilibrada entre treino e dieta

Este é sem dúvida o erro mais fácil de cometer quando se trata de começar uma jornada de saúde e bem-estar. E a pior parte? Esse problema pode parecer pequeno, mas pode ter um impacto enorme em seus resultados. Então, qual é essa questão misteriosa a que ficamos aludindo? Desequilíbrio.

Um dos problemas mais comuns em uma pessoa que está começando em sua jornada de preparação física (e mesmo em veteranos experientes) é a falta de equilíbrio entre dieta e exercícios.

Algumas pessoas priorizam apenas a dieta alimentar e negligenciam o treinamento físico. Outras colocam todo o foco em seu treinamento físico sem prestar muita atenção à qualidade de sua dieta. Não importa em que lado do desequilíbrio um indivíduo esteja, os resultados e o progresso serão prejudicados.

Sem o treinamento adequado, esperar que o corpo aumente a massa corporal magra e diminua a massa gorda por si só é uma ilusão, na melhor das hipóteses. Estudo após estudo mostrou que a maneira mais eficaz de ajudar seu corpo a construir massa magra e perder massa gorda é por meio de um regime de treinamento de força implementado regularmente.
 

Pesquisas revelam que 90% das pessoas que se livram do efeito sanfona se exercitam regularmente.

Durante a fase inicial de perda de peso, para a maioria das pessoas é mais fácil reduzir o número de calorias ingeridas do que queimar o excesso suando na academia. Mas, a longo prazo, é muito mais difícil à maioria das pessoas cortar calorias no prato do que queimá-las com treino e atividades de rotina. Portanto, um dos fatores fundamentais para a perda e manutenção do peso é a prática regular de exercícios físicos.

Como evitar o efeito sanfona?

A melhor estratégia para evitar o efeito sanfona é focar em uma alimentação equilibrada e saudável. Isso não significa comer menos, mas optar por refeições mais saudáveis e livres de produtos ultraprocessados.

A prática regular de exercícios físicos também auxilia na manutenção do peso e no equilíbrio do organismo. Seja consistente.

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