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COVID-19: como e quando voltar aos treinos após a cura

Entidades brasileiras criaram documento com recomendações sobre como retornar à atividade física após infecção pelo coronavírus

A atividade física é altamente recomendada para a saúde de qualquer pessoa. Porém, os possíveis efeitos do coronavírus no sistema respiratório e, principalmente, no coração, demandam cuidados extras na retomada de exercícios para quem se curou da Covid-19.

Estudos estimam que boa parte das pessoas que contraíram o SARS-CoV-2, com percentuais variando de 20% a 45%, é assintomática, e muitos outros apresentam sintomas leves, o que dificulta o mapeamento total de infectados, além de suas condições para prática de atividades físicas.

No entanto, um estudo conduzido pelos membros do Conselho de Cardiologia do Esporte Americano e publicado na revista médica JAMA (The Journal of the American Medical Association) traz as primeiras métricas epidemiológicas e clínicas necessárias para facilitar o processo de retomada a quem foi contaminado pelo vírus.

As recomendações do estudo baseiam-se nas condições cardiovasculares e nas limitações pulmonares resultantes da contaminação, além da variação conforme o grau de desenvolvimento da doença. Conhecido pelo ataque ao sistema pulmonar - 20% dos casos podem requerer atendimento hospitalar - o novo coronavírus também pode desencadear problemas cardiovasculares.

A lesão cardíaca aguda, definida como níveis de troponina acima do percentil 99, ocorre em até 22% dos pacientes hospitalizados com a Covid-19, o que é significativamente maior em comparação ao 1% registrado em pacientes de outras doenças virais agudas. A miocardite, inflamação do miocárdio resultante da invasão de miócitos pelo vírus, pode resultar em disfunção cardíaca e arritmias. 

​Recentemente, a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicaram um documento com orientações para o retorno seguro às atividades físicas. Se você teve Covid-19, e vai voltar as treinos, clique aqui, e leia todas as instruções do documento de 34 páginas.


Quando retornar?
 

Para quem testou positivo, mas permaneceu assintomático
Deve-se evitar o treinamento físico por pelo menos duas semanas a partir da data do resultado positivo do teste e seguir rigorosas diretrizes de isolamento. Se a pessoa permanecer assintomática, a retomada lenta da atividade deve ocorrer após a cura, sendo necessário considerar o teste cardíaco se houver preocupação com o envolvimento cardiovascular na atividade.

Para desenvolveu sintomas leves ou moderados
Também é recomendada uma interrupção mínima de duas semanas de qualquer treinamento físico, só que essa pausa deve iniciar a partir do fim dos sintomas. Não se sabe se o aumento do risco de lesão do miocárdio em pacientes hospitalizados com Covid-19 também acomete pacientes levemente doentes e que não foram hospitalizados; porém, é importante considerar a possibilidade de lesão cardíaca nesses casos, sendo necessários exames cardiológicos.

Para indivíduos recuperados
O ideal é realizar uma avaliação cardiovascular clínica cuidadosa em combinação com biomarcadores cardíacos e imagens. Outros testes, como a ressonância magnética cardíaca, o teste ergométrico ou monitoramento ambulatorial do ritmo, devem basear-se no curso clínico do paciente. Sem sintomas e nenhuma evidência objetiva de comprometimento cardíaco, o retorno às atividades físicas, com acompanhamento clínico, pode ser feito. Se o teste sugerir problemas cardíacos, o retorno deve se basear nas diretrizes do tratamento da miocardite.

Para aqueles que foram hospitalizados, mas cujos biomarcadores cardíacos e estudos de imagem estão normais 
Descanso mínimo de duas semanas após a resolução dos sintomas, levando sempre em consideração testes cardíacos, seguidos por uma retomada gradual aos exercícios.

Para pacientes que foram hospitalizados, ficando mais gravemente doentes, e tiveram lesões cardíacas associadas ao quadro de Covid-19
Recomenda-se o retorno à prática física de acordo com o tratamento da miocardite, mesmo sabendo que ela não representa a única possibilidade decorrente de alterações cardiovasculares.
 

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