O ato de correr está entre as atividades mais antigas realizadas pelo ser humano. Colocar o corpo em movimento auxilia em diversas ações, sejam utilitárias ou simplesmente por diversão.

Quando crianças, o pega-pega nos ensina que quanto mais rápido corrermos, menos chances de sermos pegos.

Na vida adulta, já agitada por si só, muitas vezes a corrida torna-se parte do fluxo do dia a dia: correr para pegar o ônibus, correr para entregar uma tarefa, correr para voltar logo para casa. Mas, além de tudo isso, correr é uma das atividades físicas mais benéficas para a nossa saúde e, segundo descobertas recentes, também para nossas células cerebrais.

Quem é adepto do exercício, geralmente comenta como a mente fica mais “limpa” ou os pensamentos mais “organizados” após uma boa corrida.

Mas os benefícios vão muito além. Há pelos menos 30 anos, pesquisadores da área da neurociência têm buscado evidências que comprovem, cientificamente, a ligação entre a melhora do sistema cognitivo e a prática de exercícios. Nós mostramos a você os resultados.
 

Benefícios para as células cerebrais

Um estudo realizado pelo psicólogo Stanley J. Colcombe, da Universidade de Illinois, examinou a influência de atividades físicas em mudanças significativas na estrutura cerebral de pessoas saudáveis, porém sedentárias, com idade entre 60 e 79 anos. Os resultados mostraram que, depois dos treinos, mesmo aqueles realizados em um período relativamente curto, células cerebrais já danificadas foram restauradas a partir da atividade.

Outro estudo, publicado pela National Center for Biotechnology Information, registrou que, após a realização de corridas, os participantes da pesquisa tiveram um aumento de fluxo sanguíneo no lobo frontal, área associada à concentração, atenção e foco e responsável por auxiliar na tomada e gerenciamento de decisões.

Além disso, um relatório publicado pelo International Journal of Sport and Exercise Psychology observou melhoras no humor de pessoas que se submeteram à prática de atividades físicas regulares, incluindo a corrida.

Os primeiros estudos a sugerir a ligação entre corrida e capacidades cognitivas que definem o QI vêm dos anos 1960, mas foi na década de 1990 que Fred Gage, geneticista do Salk Institute (EUA), descobriu que fazer exercícios parecia estimular o crescimento de novos neurônios em camundongos.

Na mesma época, o psicólogo Arthur Krame, da Universidade de Illinois, publicou um artigo na revista Nature demonstrando que adultos antes sedentários, ao seguir um plano de exercícios de seis meses, melhoravam o desempenho em testes mentais que exigiam controle executivo. Esse controle é o tipo de concentração que nos ajuda a alternar tarefas sem cometer erros, fundamental para a inteligência.

Desde então, várias pesquisas confirmam e aprofundam esses resultados.

Pesquisas com jovens são mais raras, mas há evidências de que as atividades físicas fortalecem a saúde cerebral em todas as fases. Uma delas analisou crianças de 5 a 14 anos em escolas públicas na cidade de Nova York. Em testes cognitivos, os 5% de alunos que estavam mais em forma tiveram notas 36% superiores que o grupo menos em forma.

Outro levantamento sobre registros de condicionamento físico de 1,2 milhão de homens que se alistaram nas forças armadas da Suécia entre 1950 e 1976 chegou a uma conclusão semelhante. A pesquisa, que seguiu os dados dos jovens dos 15 aos 18 anos, indicou correlação entre boa forma física na adolescência e o melhor desempenho em testes de inteligência e habilidades cognitivas aos 18 anos.


Sacudida no cérebro

O conjunto desses estudos está transformando o modo como vemos a relação entre corpo e mente. “Quando comecei a estudar o assunto, achei que houvesse um cérebro saudável básico e as atividades físicas pudessem melhorá-lo”, conta a neurologista Megan Herting, da KeckSchoolof Medicine, em Los Angeles. “Mas agora penso o contrário: as crianças com altos níveis de atividade representam o nível básico de como o cérebro deve ser ativo.”

A conclusão de Megan,que estuda o impacto dos exercícios nas crianças, é que eles não são um fator que incrementa a cognição normal, mas são uma condição necessária para que ela exista.

O que está por trás dessa relação? “As pessoas gostam muito da euforia provocada pela corrida e da clareza mental que sentimos com uma rotina de exercícios”, afirma Brian Christie, neurocientista da Universidade de Victoria, no Canadá.

O estresse pode inibir as respostas cerebrais na resolução de problemas, impedindo que o órgão faça as conexões necessárias. “Se você sai para caminhar, seus níveis de estresse geralmente despencam”, diz Christie. O fenômeno pode explicar em parte por que as crianças mais saudáveis também têm melhor desempenho nos estudos.
 

Os exercícios provavelmente contribuem com mudanças mais permanentes

Por ser um dos órgãos que mais consome energia, o cérebro depende de uma dieta constante de nutrientes e oxigênio, supridos por uma complexa rede de vasos sanguíneos.

As atividades físicas encorajam a construção dessas linhas de suprimentos e também facilitam sua manutenção. Matthew Pase, da Universidade Swinburne, na Austrália, descobriu que a pressão alta, especialmente nas grandes artérias centrais que alimentam o cérebro, pode causar falhas no desempenho cognitivo, talvez em consequência de danos aos vasos.

Como a atividade física regular reduz a pressão arterial, ela deve proteger o cérebro desses problemas no fornecimento de alimento. Outra forma mais indireta de benefício é o fato de que indivíduos mais atléticos têm menos risco de diabetes e obesidade, problemas que podem gerar um ciclo de reações que contribui para o acúmulo das placas cerebrais em pacientes com Alzheimer.

Quando falamos de mudanças dentro do cérebro, as atividades físicas provocam a liberação de neurotransmissores como serotonina, noradrenalina e dopamina, os mesmos estimulados pelos antidepressivos e medicamentos para hiperatividade. Ou seja, uma corridinha na esteira ou uma pedalada na bicicleta ergométrica pode se parecer com tomar uma mistura de Prozac com Ritalina, explica Ratey.

Os exercícios também estimulam a produção de substâncias que regulam o desenvolvimento do cérebro, os fatores de crescimento. Ratey chama essas substâncias de “adubo cerebral”, pois elas criam um ambiente no qual os neurônios podem prosperar e promove a formação de novas conexões.

OMS

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), correr também melhora o condicionamento muscular e cardiorrespiratório; aumenta a saúde óssea e funcional; e reduz o risco de males como hipertensão, doença cardíaca coronária, AVC, diabetes e câncer de cólon. Isso tudo além de ser uma das práticas fundamentais para o balanço energético e o controle do peso. Ainda segundo a OMS, a falta de atividades físicas similares à corrida está entre o quarto principal fator de risco de mortalidade global, e provoca 6% de todas as mortes no mundo, sendo superada apenas por problemas como pressão alta e consumo de cigarro. Muitos motivos para começar a correr, certo?
 

INCLUA A CORRIDA NA ROTINA
A falta de atividade física na rotina das pessoas é uma realidade cada vez mais presente. Devido ao ritmo acelerado do dia a dia, junto com hábitos cada vez mais ligados a atividades em frente a aparelhos móveis e computadores, movimentar-se não está mais entre as prioridades da sociedade atual. Isso acarreta o aumento do impacto de doenças crônicas, aumenta o risco de morte e obesidade e nos coloca mais um passo rumo ao sedentarismo.


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